quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Política

Correio: Deputado baiano vai assumir o Ministério das Cidades

A escolha de Mario Negromonte (PP) foi confirmada por fontes ligadas à cúpula do Partido Progressista em Brasília
Jairo Costa Júnior | Redação CORREIO
jairo.junior@redebahia.com.br 


Crédito: Agência Câmara

A Bahia já tem o primeiro ministro no governo da presidente eleita Dilma Rousseff. O deputado federal Mario Negromonte (PP), reeleito com a sexta maior votação do estado, vai comandar o Ministério das Cidades, atualmente nas mãos de Márcio Fortes.
A escolha do parlamentar foi confirmada por fontes ligadas à cúpula do Partido Progressista em Brasília, que participaram das negociações para definir quem seria o nome da legenda a ocupar um posto no alto escalão do Planalto. De acordo com as mesmas fontes, Negromonte já foi convidado por Dilma para substituir Fortes, que também pertence ao PP. A formalização do nome do deputado deverá ocorrer até o início da próxima semana.
Contudo, o parlamentar nega que já tenha sido oficializado no cargo. “Não recebi nenhum convite. Por enquanto, isso é só especulação. Quando houver confirmação, eu mesmo vou avisar vocês (a imprensa)”, disse Negromonte que está em Brasília, onde vai permanecer até o fim da semana.
Cautela
A esquiva do deputado em comentar sua ida para o Planalto tem origem na gafe cometida pelo governador do Rio de Janeiro. No fim de novembro, Sérgio Cabral (PMDB) deu como certa a escolha do seu secretário, Sérgio Côrtes, para comandar o Ministério da Saúde. Depois da divulgação do assunto, Dilma tirou Côrtes da lista de ministeriáveis.
“Vejam o que aconteceu com o Sérgio Cabral. Quero deixar claro que quem indica é a presidente”, ressaltou Negromonte. Ele também evitou comentar o grau de confiabilidade na escolha de seu nome, bem como suas metas de atuação à frente do ministério.
O deputado, no entanto, deixou escapar que o posto — também cobiçado pelo PT, PMDB e PSB — deve continuar com o PP.  “O partido está lutando pelo cargo e pela escolha de um parlamentar, apenas isso”, desconversou.
Desde que começaram as articulações para a sucessão presidencial, o nome de Negromonte sempre esteve no centro das especulações sobre a composição do governo de Dilma Rousseff. O deputado ganhou força junto à presidente eleita, sobretudo, por conta de sua atuação para barrar um racha em seu partido, depois que o senador Francisco Dorneles (PP-RJ) acenou com a possibilidade de apoiar o tucano José Serra.
Fora da Cota
Apesar de pertencer à base aliada de Jaques Wagner — cujo vice, Otto Alencar, também é do PP —, correligionários de Negromonte garantem que a escolha do primeiro ministro da Bahia não ocorreu na cota do governador.  Wagner, que ainda não conseguiu emplacar indicação alguma, não se pronunciou acerca da definição do parlamentar para cuidar de um dos mais importantes ministérios. Um dos interlocutores mais próximos do governador disse apenas que a indicação de Negromonte conta com o apoio de Wagner.
De acordo com os bastidores da política em Brasília, era o PMDB que estava inicialmente cotado para assumir o Ministério das Cidades. A mudança teria ocorrido depois que o nome do ex-governador do Rio, Wellington Moreira Franco, foi vetado por caciques peemedebistas contrários à indicação, feita pelo vice-presidente eleito, deputado Michel Temer.
Ontem, foram confirmados mais dois ministros da cota do PMDB: o senador Garibaldi Alves Filho (RN) vai para o Ministério da Previdência e o deputado federal maranhense Pedro Novais para o Turismo.
Nascido em Recife, mas ligado à BahiaO deputado Mário Negromonte, 60 anos, estrela em ascensão no PP, tem sua vida política ligada à Bahia, mas curiosamente nasceu em Recife (PE). Advogado e empresário,  iniciou sua trajetória no poder em 1990, quando foi eleito, pelo PSDB, para a Assembleia Legislativa. Ainda deputado estadual, assumiu em 1993 a Secretaria de Transportes de Salvador, na gestão da hoje senadora eleita Lídice da Mata (PSB).

Desde 1995, foi eleito e reeleito para a Câmara, inicialmente pelo PSDB, partido que trocou pelo PPB, embrião do PP. Na segunda gestão do presidente Lula foi líder do partido na Câmara. Pela sua força, conseguiu eleger seu filho, Mário Negromonte Júnior (PP) para a Assembleia, com a segunda maior votação.

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