sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

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Cadê o SAMU?


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Foto de arquivo.
tem gente que vê no SAMU o taxi que não pode pagar
Por José Ivandro

Serviço deAtendimento Móvel deUrgência, o SAMU, significou uma revolução no atendimento médico no Brasil, a rapidez e a eficiência no atendimento, fazem do SAMU um serviço idolatrado pelo povo brasileiro, em Paulo Afonso não foi diferente, a cada ação do SAMU, se ouviam nas ruas elogios a eficiência do serviço, quando a sirene tocava o povo parava para ver o SAMU passar, era uma festa sabia-se que naquele momento mais uma vida poderia ser salva.  
Essa eficiência e essa qualidade no atendimento, numa cidade que não tinha nenhum serviço deste tipo, que quando alguém passava mal, o vizinho mais próximo que tivesse veiculo virava a ambulância da rua, gerou uma demanda exagerada pelos serviços do SAMU, a população em sua imensa maioria não tem a capacidade de identificar a gravidade das enfermidades e a partir daí qualquer ocorrência virava motivo pra acionar o 192, chama o SAMU que resolve.
Com isso, dor de barriga, dor de dente, febre alta ou baixa e até dor de cotovelo virou motivo para se chamar o SAMU, tem gente que vê no SAMU o taxi que não pode pagar, gente que deixou de "perturbar" o vizinho, e passou a usar o SAMU como meio de transporte ao hospital mais próximo. Um absurdo.
Essa demanda exagerada levou a uma exaustão do sistema, ninguém consegue dar conta, precisa de um freio isso é verdade.
No entanto, a maneira encontrada para frear a demanda não parece ter sido a melhor, passou se a fazer uma triagem das chamadas tendo como parâmetro que tudo é exagero de quem solicita o serviço, o que nem sempre é verdade. Como disse antes as pessoas não tem conhecimento para definir o estado de um paciente em crise, e a inabilidade de quem atende pode levar e tem levado ao descarte de ligações onde fatos graves deixam de ser atendidos e isso precisa mudar.

Dias atrás no BTN, nas proximidades do Supermercado Santana, uma jovem teve uma crise epilética, caiu e bateu a cabeça, um policial ligou para o SAMU, e mesmo assim a jovem não foi atendida pelo serviço, foi necessário que o policial chamasse o apoio da viatura policial mais próxima para que a jovem fosse encaminhada ao hospital. Agora junta se a esse o caso da jovem Camila que sofreu o acidente no acampamento Chesf e novamente o SAMU não atendeu. 

A melhor maneira de reduzir os trotes, e de reduzir as chamadas que não são de urgência, passa necessariamente pela conscientização desta população e isso se faz trazendo o serviço para perto das pessoas, é fácil de fazer, basta planejar ações educativas que podem ocorrer nas escolas, nas praças, nos locais de trabalho, nessas ações se ensinariam noções de primeiros socorros e a maneira correta para se chamar o SAMU orientando a população sobre quais os sintomas que devem ser levados em consideração na hora de pedir ajuda. Esse tipo de campanha educativa deve e pode ser feita em parceria com o Corpo de Bombeiros e a Policia Militar, que também sofre com trotes e chamadas desnecessárias.
Desligar as sirenes para “esconder” o SAMU, não é a solução. Não atender ocorrências por julgá-las indevidas, também não. 
“José Ivandro é colaborador do site Notícias do Sertão e Editor do Blog Paulo Afonso de Fato (http://www.padefato.com.br)

Email: zeivandro@yahoo.com.br

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