terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Xanddy explica sobrepeso e diz que já conhecia 'intimamente' Carla antes de namorá-la

P.A InDoO



Coluna Holofote: O Harmonia do Samba serve de inspiração para muitas bandas. Tem gente que chega a copiar o grupo. Isso lhe incomoda?
Xanddy: 
Não, isso nunca me incomodou e eu sempre enxerguei pelo lado bom. Afinal de contas, se eu sigo alguém, se eu tenho alguém como referência, se eu me inspiro em alguém é porque eu vejo alguma coisa boa, eu acho que aquilo é bom para mim, então eu sempre entendi assim. E sempre entendi também que as pessoas ou grupos, depois de um certo tempo, eles querem buscar a sua identidade própria, porque ninguém se sente bem sendo comparado o tempo inteiro. Eu sempre enxerguei dessa forma, eu sempre achei que, em um determinado momento, aqueles que “imitavam” o Harmonia, em algum momento eles iam seguir seu rumo próprio, iam criar sua identidade, que é o que naturalmente acontece.
CH: Agora, Xanddy, Léo Santana nunca escondeu a admiração que tem por você e as raízes do Parangolé, que sempre teve no Harmonia a sua base. Como é ver o Parangolé muito mais em evidência do que o Harmonia?
Xanddy: 
Eu acho interessante e é um bom exemplo a ser citado e é perceptível que hoje o Parangolé, independente de qualquer coisa – Léo ter se inspirado em Xanddy, o grupo colheu alguma coisa no Harmonia – eu diria que hoje um meio que aprende com o outro, apesar de serem novos, e o Léo, independente dessa inspiração, é perceptível que ele segue a linha dele. Inclusive, eu admiro bastante o timbre de voz de Léo, eu percebo uma coisa meio Tatau, meio... E eu estou tentando descobrir quem mais. Eu gosto do timbre dele, acho ele legal, esforçado, batalhador, é notória a progressão que ele vem tendo, ele tem evoluído e quando eu digo que a gente aprende com os novos é porque a gente acaba, de fato, observando, dentro dessa juventude toda aí, dentro dessa galera nova, que tem muitas coisas que servem para a gente também, para utilizar, né? Então, a gente acaba aprendendo também, tem muitos sons, essas fusões sonoras, isso nos proporciona, às vezes, coisas boas também e a gente acaba sendo influenciado não só pelo Parangolé, como por outros grupos também.
CH: Você acha que o sucesso do Parangolé tem a ver com o porte físico de Léo Santana?
Xanddy: 
Eu acho que nesse momento tudo acaba meio que somando. Agora, eu acho que as pessoas vão sempre,  apesar de todo frisson, de tudo isso que aconteceu com a gente também, toda a história da dança, da sensualidade,  e o que manteve o Harmonia, o que alicerçou o Harmonia foi a música, foi a qualidade, mas isso tudo faz parte. Não estou de maneira alguma dizendo que isso não faz parte. Faz parte, é o momento, a coisa está acontecendo, sim, mas eu tenho certeza que Léo e a turma do Parangolé – tem os cabeças lá, o Merenda e tal – são muito musicais e eu acho que eles vão sempre, no fundo, no fundo, a vontade vai ser sempre que os fãs reconheçam e respeitem o Parangolé pela música que tem, pelo som que produz e esse é o desejo – eu acredito – de quem faz música de verdade e eu acredito que esse é o desejo dele também. Agora, tudo isso faz parte de um primeiro momento, assim como foi com a gente.
CH: No pagode, ser musculoso é imprescindível para alcançar o sucesso? Se for um cantor franzino, não dá para ser cantor de pagode?
Xanddy: 
Tem gente que dá certo sendo franzino, sendo mais cheinho... Isso não é pré-requisito, isso ajuda no momento, né? Porque tem a garotada toda que gosta de ver o cantor bonito e tal e tal, mas  isso nunca foi pré-requisito, uma vez que a música mexe com os sentimentos das pessoas e é muito mais forte. A gente tem o exemplo aí de milhares de cantores que pode-se considerar – porque a gente não tem como julgar se é belo ou se não é belo, né? Cada um tem a sua beleza. Mas dentro dos padrões exigidos no mercado, rotulado no mercado, pode-se considerar milhares de cantores fora dos padrões e que, no entanto, fazem um sucesso tremendo. Então, quando bota aqui o gogó, papai, sai de baixo que não tem para ninguém. De forma alguma é pré-requisito.
CH: Você usa ou já usou bomba alguma vez?
Xanddy: 
Na verdade, assim: eu, como todo adolescente, chega numa fase que a gente, poxa, a gente se incomoda, a gente quer estar dentro dos padrões falado aqui. Eu, na verdade, foi meio que natural. O que eu tomei foram coisas naturais, né? Essas megamassas e eu fazia uma mistura louca de beterraba com ovos e muita academia pra dentro. Então, assim, isso, depois de um tempo eu também fui, pela própria idade e pela própria condição, fui adquirindo, fui buscando um pouco mais de conhecimento, até certo ponto, ter um porte físico que me agradasse.
CH: Você sempre foi sexy symbol e, no ano passado estava acima do peso. O que aconteceu?
Xanddy: 
Durante alguns períodos, por conta da vida na estrada, por conta de toda correria mesmo, eu estive fora dos padrões, um pouco mais cheinho. Recentemente eu estava, mas assim, tem gente que não sabe o porquê. Mas no carnaval do ano passado eu diagnostiquei uma hérnia de disco na cervical, fiz o carnaval inteiro à base de corticóide e corticóide, todo mundo sabe que aumenta pra caramba e eu ainda não pude fazer nenhuma tipo de exercício físico, não pude fazer nada. Então, isso acabou ajudando um pouquinho para eu ficar com sobrepeso e aí pronto. E aí agora, há alguns meses, uns seis meses atrás, eu pude recuperar, através do pilates, das fisioterapias na cervical, eu pude recuperar, voltar a fazer minhas atividades físicas e isso ajudou bastante e aí eu tenho procurado manter.
CH: Você perdeu quantos quilos?
Xanddy: 
Pô, perdi quase 20 quilos e tenho procurado manter com uma alimentação sempre saudável, as atividades físicas eu não parei mais – tem aquelas pausas às vezes – mas não parei mais, a estrada ajuda demais para isso, porque não é todo lugar que você encontra tudo de qualidade, mas a gente vai levando.
CH: Você antes ficava sem camisa, principalmente no carnaval. Foi por conta do excesso de peso e isso significa que vamos ver Xanddy sem camisa neste carnaval?
Xanddy: 
Eu não sei, não. Simplesmente eu já não me sinto mais à vontade, não pelo físico somente, mas é porque eu tenho isso como uma fase e, sinceramente, eu não me sinto. Mas também não estou dizendo que isso não possa vir a acontecer um dia. Eu simplesmente já não me sinto mais à vontade, como uma série de outras coisas que, na 1ª fase eu sempre estive muito à vontade. Hoje eu sou pai, sou homem de família, então, tem uma série de coisas, que é uma questão mesmo de amadurecimento, é uma questão mesmo de fazer bem a mim ou não.
CH: E por falar em carnaval, quais são os planos para 2011?
Xanddy:
 Bom, fantasia esse ano eu não sei se vamos ter, sinceramente eu não consigo dizer. Agora, eu consigo garantir que a gente vai ter um repertório, que estamos nos preparando, se programando, para fazer a galera balançar mais uma vez. Essa é a intenção, nós estamos trabalhando em cima do título do projeto e que nós adotamos como slogan do nosso verão, que é o verão com “Selo de Qualidade” e é isso que a gente quer propor aos foliões que vão sair com a gente no “Meu & Seu”.
CH: Em 2010 você veio forte com “Comando”. Qual vai a aposta do Harmonia para este verão?
Xanddy: 
Pôxa, eu acho que a “Selo de Qualidade”, que é a que está nas rádios. Eu acho que ela tem uma coisinha meio “Comando”. Essa entrevista agora está acontecendo antes do ensaio, mas o ensaio é que nos proporciona essas descobertas, então, eu diria que está cedo para falar, mas confiando um pouquinho no tato, eu acho que o que deve rolar é “Selo de Qualidade” porque é uma música impulsiva, ela impulsiona a galera, o refrão dela é explosivo, a letra da música inteira remete ao carnaval “De olhos fechados percebe lá vem o Harmonia subindo a ladeira, trio balançando, o povo feliz, até o final do circuito é assim. Cavaco fervendo, cordão de viola, no meio responde a marcação. Tá escrito, você sabe, vou passando, empurrando a multidão. Levando tudo, quebrando tudo, jogando tudo pra cima”. E aí a gente brincava, quando a gente estava ensaiando essa música, a gente dizia “rapaz, vai ser um problema, porque ‘levando tudo, quebrando tudo, jogando tudo pra cima’, vai subir caixa de isopor”. Mas assim, a gente quer essa energia, essa coisa toda concentrada como brincadeira, como diversão, essa é a nossa esperança e eu acho que isso vai acontecer.
CH: É bom você falar sobre isso porque existe uma fama da pipoca do Harmonia, do Chiclete com Banana, Timbalada, enfim. Quando vem passando, as pessoas ficam temerosas, porque vem um arrastão mesmo e junto com isso, vem confusão. Por que você acha que isso acontece?
Xanddy: 
Sinceramente, eu não consigo explicar, porque o propósito é que todo mundo se alegre, todo mundo se divirta. Agora, eu vou fazer logo uma defesa, vou advogar em causa própria: o Harmonia, eu diria, isso eu posso falar com convicção no que eu estou dizendo e eu acho que os fãs, todos que estão assistindo essa entrevista sabem do que eu estou falando, tanto nos ensaios quanto no carnaval – apesar de no carnaval a gente concentrar essa multidão, essa pipoca – o Harmonia tem um conceito de paz, o próprio nome eu acho que já define isso e, com isso, a gente conseguiu no carnaval conscientizar aos foliões que vão atrás do Harmonia que a gente está ali para fazer a festa.



 


Por Fernanda Figueiredo
30/10/2010

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