terça-feira, 28 de dezembro de 2010

SELEÇÃO DE PA DESENCANTA NO 2º TEMPO E GOLEIA OLHO DÁGUA


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Credito: Divulgação
Por Nilson Brandão


Já pensou sair de casa onde comemorava ainda com familiares e amigos o natal prolongado e se deslocar até o Estádio Álvaro de Carvalho para ver jogar numa partida amistosa a Seleção de Paulo Afonso, em formação, com novo técnico, sem motivo palpável aparente? Pois foi o que aconteceu domingo, dia 25. São os ossos do ofício.
O jogo estava programado para as dezesseis horas. Chegamos quinze minutos antes. Nas arquibancadas, alguns dos jogadores convocados - a maioria, aguardavam o comando do técnico para se vestirem, a fim de enfrentar uma equipe de Olho Dágua do Casado, município alagoano. E cadê o adversário, que não havia pintado? Reinava uma preocupação no ar, que só acabou quando o ronco de um ônibus ecoou nas dependências do estádio: é que o cabo do acelerador da viatura quebrara e foi preciso a criatividade do brasileiro para dar um jeitinho e não faltar ao compromisso firmado. Senão, ia ficar feio!
Quando a bola rolou, já passava das dezessete horas. Como era de se esperar de um time que está em formação, mesmo sendo os jogadores de reconhecido potencial técnico, a bola não foi muito bem tratada em boa parte dos quarenta e cinco minutos iniciais. Imaginávamos que o time olhodaguense se postasse defensivamente e que a ânsia dos pauloafonsinos, o apetite de fazer muitos gols, atrapalhararia no começo, sem contar, claro, que a falta de entrosamento predominaria. Afinal, conjunto no futebol não se adquire em dois ou três treinos coletivos. Para nós, o amistoso estava sendo visto como “laboratório”, em que testes e ensaios acontecem.
O jogo teve duas histórias, sendo uma em cada um dos quarenta e cinco minutos disputados. O primeiro tempo se pareceu mais com um jogo, deu para anotar alguma coisa que servirá de parâmetro, algo a ser melhorado noutros amistosos e a seleção não cometa mais os desencontros verificados; o segundo tempo teve aspecto de treino, um passeio nas quatro linhas, a partir do momento que fizemos dois a zero e a porteira se escancarou de vez. Claro, sem tirar os méritos do time de Genivaldo Teixeira, em algumas investidas e conclusões pro gol. Que assumamos com nós mesmos o compromisso de enxergar que ainda tem muita coisa a aperfeiçoar, como, por exemplo, deixar de ser um time capenga!
Quando os ingleses inventaram o futebol os times jogavam pela esquerda e pela direita. Domingo, no Álvaro, o esquema tático sacrificou pelo setor esquerdo o ala, Esquerdinha, que ficou de molho, isolado e só. O técnico Nenên poderia ter liberado o jogador para ele ir ver a árvore de Natal na Avenida Apolônio Sales, que ninguém sentiria falta dele no jogo. As jogadas, inicialmente, concentraram-se exclusivamente entre Marcelo na meia cancha e Paulinho Bagagem, no corredor direito. Coincidentemente, dois dos três jogadores mais experientes do time na cancha e os mais jovens só pediam e não recebiam a bola.
Quando os dois se cansaram nas investidas frustradas e recuaram, o rendimento da equipe caiu. Sem as opções de meio e ataque entre outros jogadores, ficou fácil para o time alagoano neutralizar tentativas confusas de armação. Na etapa inicial, embolamos no setor do meio de campo, erramos muitos passes, comprometemos as ligações com o ataque e nos apavoramos em alguns lances, sem saber o que fazer com a bola, que ficou quadrada no grande círculo. Os treinamentos futuros poderão corrigir as desarrumações táticas nitidamente percebidas.  Claro que não é para ficarmos apavorados, pois jogos treinos servem para providenciar reparos. Quando for jogo valendo três pontos é que o bicho vai pegar e teremos que estar afiados, com o time engolindo a bola e jogando por música.
Nos 45 minutos iniciais vencemos por um tento a zero, com um gol de Carcará, que acabou sendo um dos nomes gratos da seleção. Aos 19 minutos, um registro que merece ser citado: nossa defensiva parou, esperando marcação de impedimento, João Lira ficou cara a cara com o goleiro Rui Darlan, que fez defesa milagrosa e evitou o empate adversário. Que vacilo, hein, rapazes da retaguarda? Nossos passes estavam saindo a longa distância e o zagueiro Edielson chegou a fazer ligação direta da defesa pro ataque esquecendo que existe um setor responsável pela conexão. Para não dizer que jogamos o tempo todo um futebol improdutivo, aos 37 Paulinho Bagagem mandou uma pedrada e o goleiro João Henrique fez bela defesa para corner. Resumindo: nossa seleção foi um bocado de jogadores sem posicionamento bem definido em que cada um procurava de forma aleatória seu pedacinho de território. Do outro lado, o adversário não podia ser rotulado de bobinho, “feio” como se chegou a ventilar no final da semana nos bastidores./
A etapa de complemento foi um festival de gols. A seleção do técnico Nenên imprimiu maior velocidade e jogou mais solta. O segundo gol foi de Carcará, logo aos 5 minutos, aproveitando o passe de Dieguinho, o 3º, aos nove, foi marcado por Esquerdinha batendo de longe e o goleiro aceitou. Carcará fez 04 a 00 aos 15; Diego Barroca ampliou para 05 a zero aos 21, e de pênalti, aos 22, Paulinho Barragem fez o sexto gol local. Teve mais um de Esquerdinha, aos 31, recebendo a bola de presente do goleiro adversário e, aos 43, Carcará sacramentou números finais à goleada: 08 a zero. Que presente de Papai Noel!
Seleção de Paulo Afonso venceu com: Rui Darlan (André), Paulinho Bagagem, Edielson, Pi e Esquerdinha; Johnatas, Marcelo (Robinho), Carcará e Diego Góes; Diego Barroca (Lêca) e Dieguinho (Marcinho). Haja tantos Diego! Técnico: Genivaldo Teixeira (Nenên). O jogador Lêca, que entrou no segundo tempo, disputa a Segunda Divisão do futebol paulista e está passando férias em Paulo Afonso. A entrada dele na seleção foi muito benéfica na arrumação e ligação meio de campo ataque.
Time de Olho Dágua do Casado, que teve alguns desfalques, perdeu jogando assim: João Henrique, Adelson, Ediel, Fulêra e Anderson; Flávio, Felipe, Jailson e João Lira; Neno e Ronildo. Técnico: Marlon. Quando fomos pedir a escalação ao treinador ele nos passou que alguns jogadores bebemoraram bastante nos festejos natalinos. Trio de Arbitragem: João Cícero, Cássio e Bruno Honório. Pessoal de Olho Dágua reclamou a não marcação de um pênalti para o time das Alagoas!


NILSON BRANDÃO

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